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STEFANIA SPAMPINATO E DANIELLE SAVRE RELEMBRAM SUA HISTÓRIA DE AMOR EM STATION 19

  • Foto do escritor: @dsavrebrazil
    @dsavrebrazil
  • 27 de mar.
  • 7 min de leitura

Em Station 19, os espectadores acompanharam o casal enquanto enfrentavam traumas familiares, decisões de vida difíceis e, no fim, escolhiam um ao outro. A temporada final mostrou elas adotando seu filho, encontrando um lar e começando a construir sua vida juntos. (O episódio final da série até incluiu um salto no tempo com mais alguns filhos). Mas ainda havia mais a explorar. “Havia muito mais história para contar com Maya e Carina”, disse Danielle Savre à Entertainment Weekly.


Como parte da nossa celebração dos 20 anos de Shondaland, a EW conversou com Savre e Spampinato sobre alguns dos momentos mais memoráveis do casal, a resposta dos fãs aos personagens e as histórias que gostariam que Station 19 tivesse contado.



ENTERTAINMENT WEEKLY: No começo, Maya resiste a um relacionamento sério com qualquer pessoa, mas Carina a faz mudar de ideia. Estou curioso para saber quando cada uma de vocês percebeu que essas personagens eram "a pessoa certa" uma para a outra?

DANIELLE SAVRE: Logo de cara. A primeira leitura do roteiro foi o primeiro dia em que Stefania e eu nos conhecemos. Sabíamos que isso ia funcionar. Acho que nenhuma de nós — não quero falar por você, Stefania — poderia imaginar até onde esse relacionamento na série chegaria. Mas, desde aquele momento, sabíamos que era algo especial.

STEFANIA SPAMPINATO: Olhando para trás, agora sabemos que foi desde o primeiro instante, mas eu só percebi completamente quando os episódios começaram a ir ao ar. Desde o primeiro dia foi ótimo, mas não havia como prever isso. Então, começamos a ver a reação dos fãs. Não era só a nossa impressão de que isso era bom, as pessoas sentiam o mesmo.


EW: Quero avançar para a cena em que Maya e Carina dizem "eu te amo" pela primeira vez. Maya está tentando reconquistá-la. O que vocês lembram sobre a gravação dessa cena?

SAVRE: Lembro que estava nervosa para filmar naquele dia porque normalmente não estou em Grey’s e estava trabalhando com Kim Raver. Eu tinha acabado de cortar o cabelo.

SPAMPINATO: Sim, você tinha acabado de cortar o cabelo.

SAVRE: Estou lembrando de toda a parte técnica, tipo, não tínhamos muito tempo para gravar essa cena.

SPAMPINATO: Lembro que aconteceu muito rápido. Foi uma daquelas cenas que passam voando e ficamos tipo: “Isso ficou bom? Funcionou ou não?"

SAVRE: Sim, lembro de ter sentido exatamente a mesma coisa.

EW: Parte da cena do "eu te amo" envolve Maya aceitando o abuso de seu pai. Como vocês enxergam o impacto do relacionamento e da chegada de Carina na vida de Maya para ajudá-la a compreender seu passado?

SAVRE: Foi o amor, certo? Se você olhar para Shondaland como um todo, a maioria dos personagens está em busca do amor e de encontrar "a pessoa certa". No caso da Maya, ela nunca soube o que era amor. Para ela, o amor sempre foi condicional e, até certo ponto, até nas amizades isso parecia ter condições. Carina foi a primeira pessoa a amá-la incondicionalmente. E então, Maya percebeu que o que ela queria na vida e no amor não era alguém que estivesse sempre exigindo mais dela, mas alguém que a aceitasse como ela era.

SPAMPINATO: Maya resistiu ao amor de Carina no começo ou em certos momentos porque, no fundo, ela não se aceitava nem se amava completamente. Achei lindo ver essa jornada interna dela até conseguir aceitar o amor de outra pessoa.



EW: Vocês compartilharam muitas cenas poderosas, românticas e hilárias em Station 19. O que cada uma aprendeu sobre atuação com a outra?

SPAMPINATO: O que mais me marcou foi o quanto a [Danielle] é comprometida e generosa como atriz. Alguns atores, quando não estão na câmera, não dão tanto, mas a Danielle sempre dava o máximo, como se estivesse sendo filmada. Isso definitivamente ficou comigo. Nós sempre estivemos muito presentes uma para a outra, e a leveza entre nós surgiu de forma muito natural.

SAVRE: Você também sempre se entregou 110% mesmo quando a câmera não estava em você. Lembro de uma cena que fizemos juntas em que eu entrava no escritório do capitão. Você veio até mim e eu estava chorando, mas também com raiva. A cada tomada, você me guiava na cena para que eu permanecesse naquele estado. Nós realmente éramos uma equipe. Nosso estilo de atuação era muito parecido nesse sentido. Além disso, aprendi com você a relaxar e aproveitar o processo. Do meu ponto de vista, como comecei a atuar quando criança, sempre senti—quase como a Maya—que precisava chegar com meu roteiro todo destacado, com tudo preparado e revisado. Mas você tem essa habilidade incrível de chegar ao set, estar preparada e dar tudo de si, mas ao mesmo tempo conseguir se soltar e curtir entre as tomadas.

SPAMPINATO: Obrigada. E para mim, foi muito inspirador ver o quão precisa e comprometida você é com as falas. Às vezes, sinto que precisava respeitar mais os roteiristas, porque eles colocam tanto esforço no trabalho. Eu, por ser estrangeira, às vezes acabava mudando algumas coisas. Mas vendo você, percebi o quanto essas pessoas realmente se dedicam para fazer algo incrível.

EW: A história de amor delas tem muitos grandes momentos, mas queria saber se há alguma cena menor, que não seja um marco enorme, que vocês absolutamente amam?

SAVRE: Lembro daquela cena em que você entrou no escritório do capitão e a mãe da [Maya] estava lá. Ninguém realmente pergunta sobre essa cena, mas para mim ela teve um peso enorme.

SPAMPINATO: Foi um momento muito importante para a personagem também.

SAVRE: Como atrizes, foi a nossa primeira grande cena emocional juntas. Foi um momento tão intenso, e não nos perguntam muito sobre ele.

SPAMPINATO: Sim, essa e a cena do ataque de pânico. Sinto que as perguntas geralmente giram mais em torno dos momentos leves. Tem uma cena que revi recentemente porque estava montando meu reel. É aquela em que Maya chega do trabalho e Carina quer praticar para a entrevista do green card. Elas acabam deitadas na cama e sussurram "te amo" uma para a outra. Isso não estava no roteiro, mas achei tão doce e íntimo. Fiquei pensando: “Uau, olha essas duas atrizes tão confortáveis uma com a outra.” Fiquei orgulhosa de nós.



EW: Um desses grandes momentos é o casamento delas. Que memória mais marcou vocês ao gravar esse episódio?

SPAMPINATO: Foi uma festa incrível porque estávamos no meio da pandemia, então o fato de todo o elenco estar lá, celebrando a vida, fez com que fosse um episódio muito divertido de gravar.

SAVRE: Sim, é exatamente assim que me sinto. Foi a primeira vez que tivemos um grupo tão grande reunido e que realmente comemoramos. Tudo aconteceu com máscaras e testes, mas ainda assim foi divertido. O tempo todo usávamos escudos faciais. Foi uma cena linda de filmar e com certeza é algo que nunca vou esquecer.

EW: Estou curiosa para saber o que mais marcou vocês na resposta dos fãs ao relacionamento delas, especialmente do público LGBTQ+.

SAVRE: O que mais me impacta são as pessoas que dizem que, ao assistir Maya se assumindo para o pai, conseguiram ter coragem para se assumir para seus próprios pais. Quando ouço isso, é difícil não me emocionar. Eu não escrevi as cenas, apenas interpretei a Maya, mas pude dar vida a uma personagem tão bem escrita que ressoou com tantas pessoas. Pessoas que estavam passando por algo parecido e encontraram coragem para agir de acordo com quem realmente são.

SPAMPINATO: Também recebemos mensagens de pais dizendo: "Graças à sua personagem, nossa filha teve coragem de se assumir para nós." Pessoas que sentem que, finalmente, há uma história de amor queer bem representada, pela qual vale a pena torcer. Shondaland tem muitas histórias assim, e sinto que Maya e Carina foram uma delas.


A temporada final mostrou um pouco de Maya e Carina se adaptando à vida de mães. Como foi para vocês duas vê-las chegar a esse ponto?


SAVRE: Foi lindo finalmente chegar lá, especialmente porque era uma parte tão grande do relacionamento delas. Carina queria tanto e Maya não queria no começo, e então você vê uma jornada de duas pessoas descobrindo como começar uma família juntas, especialmente como um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Estou feliz que conseguimos fazer isso na temporada final e que foi uma queima lenta. Eu adorei. Isso me deixou muito feliz. Então o salto para o futuro naquele episódio final para ver que elas tinham mais algumas. Isso simplesmente aqueceu meu coração ver isso acontecer e fazer parte disso.


SPAMPINATO: Eu estava muito animada com essa história quando começamos a falar sobre isso, então nas três temporadas seguintes eu estava cada vez menos animada com isso. Eu sinto que a última temporada para mim foi um pouco confusa. Havia muitas outras coisas que eu gostaria que tivéssemos a chance de falar, mas simplesmente não havia tempo suficiente. Como Carina falando sobre sexo para adolescentes e a maneira como falamos sobre câncer de ovário. Claramente não temos tempo para encerrar todas essas histórias em 10 episódios. Sinto que a maneira como eles fizeram isso foi perfeita, dada a quantidade de episódios que tivemos. Eles tinham que dar a eles uma família e eu adoro o final feliz.


EW: Quais são algumas das coisas que vocês gostariam que os fãs tivessem visto Maya e Carina explorarem em sua vida juntas?

SAVRE: Havia tantas histórias ainda para contar sobre Maya e Carina. Ela terminou em um ponto onde não queria mais ser capitã, então eu adoraria ter visto como ela conseguiu crescer profissionalmente sem sentir que precisava alcançar algo para se sentir digna. Também teria adorado continuar vendo uma mulher em uma indústria dominada por homens. Maya, Vic e Andy eram mulheres incríveis, e acho que abordamos isso bastante, mas nunca tanto quanto eu gostaria. Sabíamos, pelos flash forwards, que Maya carregou um dos filhos delas. Teria sido interessante mostrar como ela equilibrou a gravidez com sua carreira como bombeira. Isso é algo que até bombeiras da vida real enfrentam: como conciliar trabalho e maternidade? Eu teria adorado ver a Maya lidando com isso.

SPAMPINATO: A Carina chegou a Grey’s Anatomy com aquele estudo sobre a sexualidade feminina, e eu adoraria vê-la quase fechando esse ciclo, ensinando educação sexual para jovens adultos. Que ela ainda sentisse que estava contribuindo para a sociedade, mas de uma forma diferente, voltada para os mais jovens, agora que tem filhos. Além disso, dizem que, depois de sete anos, os relacionamentos passam por um momento difícil. Teria sido muito interessante ver o sétimo ano delas e como conseguiram superar isso.








 
 
 

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